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A Importância de "Olorum" para a Valorização do Carnaval de Rua de Joinville

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    Admin
  • 27 de nov. de 2024
  • 6 min de leitura

A exposição "Olorum", do multi artista #alceubett foi realizada de 15 de fevereiro a 27 de abril de 2024, foi muito mais do que uma mostra artística. Ela se consolidou como um marco na preservação e valorização da cultura do Carnaval de Rua de Joinville, unindo arte, história e educação.

A Arte como Ponte entre o Profano e o Sagrado

Curada por Katiana Machado e com pesquisa histórica de Alessandra Bernardino, a exposição apresentou a riqueza cultural e espiritual do Carnaval joinvilense por meio das fotografias de Alceu Bett. Obras como "Iansã em Intensas Ladainhas" e "Colares Sagrados dos Orixás" mostraram como a festividade transcende a simples celebração para se tornar um rito de afirmação cultural e espiritualidade


Educação e Reflexão

Com o material educativo desenvolvido especialmente para a mostra, "Olorum" foi além da experiência visual, contribuindo para a reflexão sobre a importância das relações étnico-raciais e o papel do Carnaval na construção da identidade brasileira. A proposta educativa incorporou a Lei 10.639/03, promovendo o ensino da cultura afro-brasileira e combatendo preconceitos através da arte.


Linha do Tempo: Carnaval de Joinville

A exposição também resgatou a história do Carnaval local, desde suas raízes no Fastnacht alemão em 1865 até os desfiles contemporâneos. Momentos marcantes incluíram o surgimento do Zé Pereira em 1911 e o auge dos desfiles de rua na década de 1980, até o retorno recente do Carnaval na Avenida Beira-Rio, em 2023.


Joinville “O Carnaval e o Tempo”

●  Era o ano 1865, em 05 de março foi realizado o primeiro baile de Carnaval da Colônia, o “Fastnatch”, tipo de celebração alemã.

● Em 1912 na cidade de Joinville, aconteceu o primeiro corso, criados pela população lusa de Joinville, nada mais eram carroças e charretes enfeitadas com papel crepom, rédeas floridas, rodas com flores naturais e artificiais, puxadas a cavalos. 

●  No dia 11/02/1920 o Jornal de Joinville noticiou que o carnaval teria a presença dos vários Zé-Pereiras, foliões que se vestiam com roupas usadas ou (mesmo trapos), tocando grandes surdos e arrastando em torno de si muitas pessoas. 

●  Em 1921, a festividade carnavalesca teve duração aproximada de sete horas, o corso foi percorrido pela Rua do Príncipe, Rua XV de Novembro e Rua Conselheiro Mafra em Joinville.

●  Em 1925 o Jornal de Joinville publicou mais de 20 matérias em janeiro e o destaque era o Bloco dos Innocentes responsável pela organização de grandiosos bailes e a realização do percurso do corso.

●  O jornal “Gazeta de Joinville” de fevereiro de 1908, convidava a população para o desfile de préstito (carros alegóricos e carros enfeitados) que tinham comotemática, críticas ao governo e à sociedade.

● Em 04 de março de 1911, o jornal “Commércio de Joinville” noticiou o préstito que saía do pátio do Mercado, sob a organização pelo bloco dos Tangarás. 

● Em 1914 o jornal “Gazeta do Commercio”, edição número 16, destacava em sua primeira página o préstito na cidade de Joinville, organizado pelo bloco dos Vagalumes considerado o mais criativo da época, por compor alegorias criativas, com a ilustre presença do Zé Pereira.

●  A Rua do Príncipe, nas décadas 80 e 90 foi marcada pelas grandiosas apresentações, o que passamos a chamar de desfiles carnavalescos, levando milhares de cidadãos joinvilenses a prestigiar a festa. 

●  No ano de 1988, um dia antes dos desfiles carnavalescos, o jornal Diário Catarinense o DC na página 6 ” trazia a respectiva chamada “Alegria invade a rua do Príncipe”. 

●  No ano de 1990, sob chuva intensa, com o enredo “Sonhos e Fantasias”, a escola de samba “Fúria Tricolor”, volta à avenida, a escola de samba “Príncipes do Samba vence o Carnaval de rua” deste ano.

●  O Carnaval de 1991, também foi de muita chuva, aproximadamente quinze mil espectadores prestigiaram o desfile do bloco As Depravadas e as escolas de samba.

●  O ano de 1993, ficou registrado na memória do povo joinvilense, acontece a ruptura dos desfiles carnavalescos, que durou mais de uma década sem os desfiles de rua.

●  Em fevereiro de 2006 após 13 anos sem Carnaval, Joinville teria a passagem do Rei Momo com a rainha e suas princesas, eleitos em um palco aberto no Mercado Municipal de Joinville.

●  No ano de 2010 o carnaval contou com a participação de seis blocos e três escolas de samba, Serrinha, Fusão do Samba e Príncipes do Samba.

●  O Carnaval de 2011 ocorreu em março, foi realizada a escolha da corte carnavalesca na praça pública, na expectativa de reunir turistas e milhares de foliões locais.

●   Em fevereiro de 2012 na Praça Dario Salles, aconteceu a escolha da corte carnavalesca e os desfiles dos blocos e escolas de samba.

●  O ano de 2013 marcou uma nova era para o carnaval joinvilense deram espaços para uma das principais avenidas da cidade, a Beira Rio, devido o crescimento dos desfiles carnavalescos.

● O ano de 2014 ficou mantido nos mesmos moldes do ano de 2013, com dois dias de desfiles, eleição da nova corte e os desfiles das escolas de samba e blocos.

● Os informes do AN de 2015, com a manchete “Chuva de Alegria e Ritmo em Joinville”. Contou com a presença da chuva, do público. E a presença do “Afoxé”, com a lavagem da avenida, com incensos e distribuição de flores brancas, preparando a avenida para o desfile. 

●  O Carnaval 2016 teve muito samba e criatividade, mesmo com menos recursos, atraindo um público significativo para a Beira Rio.

●  Ainda em 2016 o multiartista Alceu Bett registrou através da fotografia, o carnaval joinvilense, que são parte do Projeto "Olorum - Exposição Imersiva no Carnaval de Rua Joinvillense"

●  O Carnaval de 2017 é lembrado pelos foliões da cidade pelo cancelamento dos desfiles e a proibição do reinado de Momo.

●  Em 2018, aconteceu o último desfile sob a tutela da LECAJ, que passa a ser LIESJ. O Carnaval de Joinville, no formato dos desfiles carnavalescos e pela garantia do Direito Cultural.

●  O Carnaval de 2019 de Joinville organizado pela Prefeitura e a Liga das Escolas de Samba de Joinville (LIESJ) apresentaram novo formato, com a escolha da corte 2019/2020 e atrações inéditas como o “Stamm Folia” e o “Folia Atrás do Trio”, na Avenida Beira Rio.

●  Em 2020 mais de 10 mil foliões lotaram a Beira-Rio, com muita animação e muito samba no pé.

●  Representantes da Secretaria de Cultura e Turismo da Prefeitura de Joinville e da Liga das Escolas de Samba de Joinville (LIESJ) decidiram pelo cancelamento da programação do Carnaval 2021 em função da pandemia de Covid-19. 

●  Joinville cancela carnaval 2022 por conta do aumento de casos de COVID-19

●  No ano de 2023 na avenida Beira-rio as escolas de samba de Joinville realizaram seu desfile de Carnaval em frente ao Centreventos Cau Hansen. Cerca de 15 mil espectadores se divertiram nas seis horas de atrações. 

●  A Liga das Escolas de Samba de Joinville (LIESJ) e a Secretaria de Cultura e Turismo (Secult) confirmaram a realização do Carnaval de Joinville em 2024. 

Um Legado Cultural

"Olorum" foi uma celebração vibrante da cultura brasileira e deixou um legado para as futuras gerações, inspirando novas formas de vivenciar e valorizar o Carnaval. Além das fotografias e instalações audiovisuais imersivas, o público pôde mergulhar em discussões sobre a importância da diversidade cultural e da memória coletiva.


Conheça as obras desta exposição em: https://www.galeria33.com/loja?Categoria=Alceu%2520Bett

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Na cadência do samba-enredo, na passagem dos blocos em que desfilavam homens impecavelmente vestidos de mulher, sempre foi um deslumbramento. O grito forte de cada agremiação transborda há muito tempo alegria e criatividade; o asfalto serve de cenário, seja na Rua dos Príncipes, na Avenida Rio Branco ou na Avenida Beira Rio. O olhar atento dos espectadores persiste sob muita chuva ou à luz da lua e estrelas.

Os tons afinados do violão e cavaquinho em uma suave melodia sempre embalam o canto dos intérpretes, e as vozes e a cantoria se multiplicam, muitas vezes ecoando como protestos, misturados com a história de Joinville ou a biografia cantada de alguém célebre. O couro se mistura ao ritmo da bateria nota 10 de cada escola de samba, que atravessa a avenida e o tempo.

Na ala de passistas, vê-se o que é sambar! Quando toca o tamborim, eles e elas surgem com seu gingado, e seus passos riscam o chão. No alto da avenida, a rainha se posiciona à frente dos ritmistas com elegância e charme para acolher as musas e princesas da beleza joinvilense. Enquanto o pavilhão reina no meio do povo, conduzido com graça pela maestria do mestre-sala e porta-bandeira.

Salve os mestres das escolas de samba, as crianças e a velha guarda, donos de histórias vividas por décadas dedicadas a cada agremiação. Os senhores e senhoras que transmitem uma rica experiência em nosso território de samba e tradição.

Para reinar na folia como legítimas representantes da nobreza ancestral, as baianas giram suas saias, e o movimento nos faz recordar passado e presente. A comissão de frente anuncia um lindo desfile, e vamos encantar mais uma vez a passarela! Que o Carnaval de Joinville seja sempre o momento de cair no samba, prestigiar sua escola favorita e viver cada dia de Carnaval como um rei ou rainha!

Carnaval é tempo de confete, serpentina, desfile de blocos e escolas de samba! Respeitem quem pôde chegar aonde chegamos e abram alas. Essa festa é minha, é sua, é nossa, que com as graças de Olorum, transforma este movimento em essência soberana!



                                                                                                                 Alessandra Cristina Bernardino 

                                                                                                                 Pesquisadora / Arte-educadora




 
 
 

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