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MÔA | Vermelhos, Verdes e Laranjas, 2002

MÔA | Vermelhos, Verdes e Laranjas, 2002

R$ 10.000,00Preço

Título Vermelho verdes e laranjas 

Ano 2002

Dimensões 450 x 140  cm

Técnica: Acrílica sobre tunin

 

Exposição Véus do Tempo 

Sobre a Exposição 

Véus do Tempo

Pintadas sobre os véus, essas mesmas estruturas ensaiam uma emancipação do corpo concreto, anunciam vôos metafísicos e, aproveitando-se da delicadeza do suporte translúcido, virtualmente dispensam a mediação do signo, quando passam a falar à imaginação. Pulsando sobre o papel emulsionado e sob as sucessivas aplicações de veladuras, por outro lado, as revoadas de Môa cumprem um regime de transição e latência. Aqui, pintura e re-pintura tornam-se instrumentos de potenciais descobertas e o tempo da execução da obra transforma-se em caminho de revelações, apresentando metáforas visuais para o deslocamento e fazendo referência direta à ação processual do criador.

Falo em processo do criador quando, na verdade, deveria referir-me à condição peculiar deste criador: toda sua pintura é resultado de uma condescendência não-premeditada, de um acordo silencioso entre o artista e a obra – acordo que permite tanto ao artista subverter e redimensionar objetivos estéticos quanto permite à obra dar-se por concluída quando, ao fim de longa relação de trabalho com o pintor, brinda suas demandas com uma imagem de inesperada beleza. É justamente esse estado aberto e apaixonado de Môa com seu trabalho que eleva sua pintura à condição da verdadeira arte: ao assumir o exercício da expressão não só como uma atividade simbólica, mas principalmente como uma atividade material e concreta, Môa afirma simultaneamente forma e conteúdo, meio e mensagem, intenção e resultado. Ao assumir-se pintor, pintando, abre-se Môa para a história da arte e para a história da subjetividade, apresentando uma obra que põe à mesa de discussões, de um lado, Signac, Seurat e Mondrian e, de outro, Warhol, Rauschenberg, Donaldson e Tanto-Festa; de um lado o desejo, a paixão, a nostalgia e a inocência do homem e, de outro, a disciplina, a segurança do gesto, o olhar crítico e a atitude inquieta do artista.

Gleber Pieniz
Doutor em Artes Visuais

Sobre o Artista 

Môa, Moacir Moreira, hoje radicado em Porto Alegre/RS, nasceu em 1950 em Joinville/SC. Dedica-se às Artes Plásticas desde a década de 70. Já no início de sua produção, mudou-se para São Paulo onde passou a frequentar os ateliês da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). Nesta capital, Môa conheceu artistas, participou de cursos e teve a oportunidade de discutir e vivenciar a arte com dinamismo e intensidade. Trabalhou com desenho, pintura, estandarte e instalação, chegando a participar, em 1976, da Bienal Nacional de São Paulo.

Ao retornar a Santa Catarina, Môa integrou-se ao movimento das artes plásticas local, participando de momentos importantes na história da arte daquele Estado. Na década de 80, residiu durante um período em Porto Alegre/RS e frequentou o Ateliê Livre do Centro de Cultura, onde participou de oficinas ministradas por diversos artistas e cursou Desenho e História da Arte.

Em novo retorno a Joinville, Môa lecionou pintura e implantou um projeto de Educação Artística do MEC – PRODIARTE. Nesta cidade instalou o seu ateliê e passou a ter o convívio direto com artistas locais até a década de 90 quando, por motivos pessoais, mudou-se definitivamente para Porto Alegre/RS. Porém, a distância não o impediu de manter o contato com sua cidade natal, o que o faz até hoje, seja por meio de exposições, da organização de eventos culturais ou mesmo pela fomentação do movimento artístico Joinvilense.

Em 1976, após a Bienal, da natureza vieram os pássaros que passaram a ser o motivo principal em sua produção, e nela permanecem até hoje. Seja sobre tela, papel emulsionado ou tunin, suportes que variam de acordo com a pesquisa e inventividade do artista, sua paixão pela pintura cujo mote são os pássaros, é evidente, e resultou em três momentos: Tudo Passará (iniciada em 1996), Frestas do Tempo (de 1999), Véus do Tempo (iniciada em 2001) e Espirais do Tempo (iniciada em 2008 ao realizar o Grande Painel do Hospital Dr. Jeser Faria em Joinville, SC).

Môa fez exposições individuais em Jaraguá do Sul, Joinville, Curitiba, São Paulo, Florianópolis e Porto Alegre. Participou de diversos Salões Nacionais, inclusive da Bienal Nacional de São Paulo e integrou mostras coletivas em Curitiba, São Paulo, São Francisco do Sul, Salvador, Blumenau, Pelotas e Brasília. Participou de todas as edições da Coletiva de Artistas de Joinville de 1977 a 2002, incluindo suas edições em Blumenau, Pelotas, Porto Alegre, Florianópolis, São Bernardo do Campo e Langenhagen (Alemanha).

Em 2014, foi realizada no Museu de Arte de Joinville uma exposição retrospectiva dos seus 40 anos de trabalho. Foi feito então o lançamento do livro Môa 40 Anos, realização do Instituto Luiz Henrique Schwanke e do Ministério da Cultura.

Alena Rizi Marmo Jahn
Curadora e Doutora em Artes Visuais

 

 

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