Andressa Correa
Fotógrafa e artista visual, natural de Joinville, SC.
Sua pesquisa segue uma linha de fotografia intuitiva, resultado de seus estudos e da busca pelo autoconhecimento. Sua poética tem como base a conexão que a artista cria com o que está sendo fotografado, seu olhar está sempre voltado para o que quase ninguém vê.
A consequência deste processo são imagens que transbordam sentimentos e também carregam recortes de seus significados.
A artista tem participado de exposições coletivas e é a criadora do projeto Feminino Livre, com o qual fez exposições individuais em Joinville.
s/título, 2021
Andressa Corrêa
Pintura e bordado livre
52 x 61 cm
O fato de não falarmos sobre menstruação em pleno século 21 explica porque um ato biológico ainda é tabu. A biologia do corpo feminino é motivo de medo e vergonha.
Tratar a natureza humana da mulher como algo sujo e feio é uma das formas da sociedade patriarcal nos oprimir.
Atualmente vários projetos e entidades estão levantando dados sobre um grave problema social, a falta de recursos de higiene para pessoas que menstruam que são de baixa renda
ou estão em vulnerabilidade social.
Um relatório da UNICEF Brasil nos mostra que cerca de 1,24 milhão de meninas não têm acesso a um banheiro com papel higiênico, água e sabonete nas suas escolas.
Estima-se também que 632 mil meninas não têm acesso sequer a um banheiro onde vivem.
Muitas dessas meninas usam jornal, miolo de pão, ou na melhor das hipóteses roupas velhas como absorvente, e 1 a cada 4 faltam as aulas porque menstruam.
Elas faltam às aulas porque não tem condições dignas de cuidar de sua própria saúde e higiene.
Falar em dignidade menstrual é falar em dignidade humana, em se ter o básico para viver de forma digna.
Afinal nascer do sexo feminino é estar fadada a menstruar, não é uma escolha.